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Toda a informação contida neste blog, não substitui o aconselhamento médico, consulta, diagnóstico ou tratamento.
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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Alergia ao veneno de himenópteros (vespas e abelhas)

Como já foi comentado num post anterior, o verão convida a sair ao campo, e a realizar os tão agradáveis pique-niques com os amigos, mas cuidado!! O perigo pode chegar da mão dum simpático animal que aproveitando o nosso descuido ou imprudência, pode causar graves problemas.


A modo de resumo, extractamos o artigo de A. Rodrigues (clicar aqui) referente a esta situação:

Quem são os culpados?
Inúmeros insetos podem provocar reações locais mas uma picada de himenópteros (abelhas e vespas) pode ser fatal. A picada de himenópteros tem de ser tratada de forma atempada e correta tanto em meio pré hospitalar como hospitalar. No entanto se for feito um correto diagnóstico pode ser prevenida e tratada.

De entre as muitas espécies de insetos que podem provocar reações alérgicas, são as abelhas e vespas as responsáveis pelas reações de maior gravidade. As manifestações orgânicas são variadas, podendo ser apenas locais ou de maior gravidade originando-se uma reação sistémica. A reação anafilática pode representar, para um pequeno número de pacientes, um risco fatal, e ocorre devido ao desenvolvimento de IgE específica contra os componentes do veneno.
Abelha (Apis melifera)
Vespa (Vespula sp.)
Vespa do papel  (Polistes dominulus)

Como é de frequente?
A prevalência na Europa de pessoas alérgicas ao veneno de himenópteros é de 20%, podendo existir reações locais ou sistémicas. Nos apicultores a prevalência pode variar entre 15% a 43%, sendo as reações sistémicas graves mais raras nas crianças. Bilò et al. estimam a incidência de casos fatais na Europa entre 0,009 e 0,45 por milhão de habitantes por ano, resultando em cerca de100 mortes/ano.

Que aspeto têm?
As abelhas e as vespas (vespa de terra e vespa do papel) são insetos pertencentes à ordem dos hymenoptera (himenópteros) existindo várias famílias relacionadas, que abundam em toda a Europa nomeadamente no nosso país.

A abelha (Apis mellifera) é um inseto social herbívoro que vive em colmeias e produz mel e cera. As abelhas obreiras, possuem no final do abdómen um aguilhão venenoso utilizado para defesa da colmeia, também conhecido como ferrão, que apresenta um extremo dentado que impede a sua saída, pelo que o inseto morre por evisceração após a picada. Já as vespas (Vespa sp., Vespula sp. e Polistes sp.) são também animais sociais, de abdómen anelado de cor amarela e negra. De hábito carnívoro, as vespas fêmeas são providas tal como as abelhas obreiras de um aguilhão venenoso, mas que não fica inserido na vítima picada. A espécie Vespa frequentemente situa os seus ninhos nos ocos dos troncos e no solo, enquanto que os da espécie Vespula sp. costumam ser aéreos, predominando em ambientes rurais. Quanto às vespas do papel (Polistes sp.), também carnívoras, podem alimentar-se de néctar das flores. Distinguem-se das outras espécies pelo seu abdómen fusiforme. De carácter predominantemente urbano,formam colónias habitando em característicos ninhos de papel.

Que tipos de reacções existem?
  • As reações locais exuberantes,que recebem este nome quando o edema no local da picada tem um diâmetro superior a 10 cm de diâmetro e podem demorar entre 24 horas e uma semana até a sua total resolução. Quando a picada acontece na cabeça ou na face, a sintomatologia é de maior gravidade, pois para além do edema local, há ocasiões em que pode aparecer edema laríngeo, com a consequente obstrução das vias aéreas superiores. Perante esta situação o doente deverá ser vigiado em meio hospitalar. 
  • As reações sistémicas ou anafiláticas são mais frequentes no grupo etário dos 20 anos, e aparecem caracteristicamenteentre os 15 a 20 minutos após a picada, embora em alguns casos o seu tempo de latência pode chegar até as 72 horas. A sintomatologia deste tipo de reações compreende manifestações sistémicas: 
    • cutâneas (urticária/angioedema), 
    • gastrointestinais, 
    • respiratórias(broncospasmo)
    • cardiovasculares (hipotensão, angina e até o shock distributivo). 
Como se diagnostica?
O diagnóstico de alergia ao veneno de himenópteros baseia-se na história clínica de reação local exuberante ou sistémica a uma picada e na demonstração da existência de IgE específica para o veneno do inseto agressor, através da realização de provas cutâneas e ou testes in vitro para doseamento sérico da IgE específica.

Qual é o tratamento?
  • Perante uma reação local e presença de ferrão, este deve ser removido imediatamente, sem ser comprimido para não haver libertação adicional de veneno. A colocação de frio sobre o local ajuda a reduzir a dor e o edema. Deve ser realizada lavagem do local com água e sabão, desinfetando-se posteriormente com iodopovidona de forma a prevenir a infeção, assim como a utilização de antihistamínicos.
  • Por outro lado, perante uma reação sistémica, o tratamentode eleição imediato é a administração de adrenalina pela sua rapidez de ação e potência, sendo a via intramuscular a via de administração preferencial. Nestes casos, deve ser considerada a realização de imunoterapia específica (VACINAS) com a finalidade de evitar novas reacções anafilácticas.
Adrenalina autoinjectável

Vacinas



Como posso evitar as picadas?
1.Evitar roupa colorida e perfumes;
2.Evitar estender roupa ao ar livre;
3.Evitar comer ao ar livre ou mexer em fruta ou comida;
4.Evitar mexer nos contentores do lixo;
5.Evitar a proximidade de colmeias;
6.Evitar o uso de perfumes ou ambientadores;
7.Em casa coloque redes de proteção nas portas e janelas;
8.Evitar atividades ao ar livre (jardinagem, cortar relva ou andar descalço na relva);
9.Não se aproximar de zonas arbustivas, árvores de fruto ou caixotes de lixo, colmeias ou ninhos de vespa;
10.Evite correr, montar a cavalo, andar em bicicleta ou mota em zonas de campo de modo a evitar a colisão com estes animais;
11.Manter-se vigilante em zonas com piscina;
12.Manter as janelas do automóvel fechadas, quando em viagem;
13.Evitar movimentos bruscos quando uma abelha/ vespa se aproxima.

En fim: lá vai muita informação, e para além desta, segue a do boletim polínico referente às nossas regiões:



Na Beira Interior e região de Castelo Branco, os pólenes encontram-se em níveis baixos a moderados, com predomínio dos pólenes de castanheiro, gramíneas e ervas parietária e quenopódio, sendo esperadas concentrações baixas para estes pólenes.


No Alentejo, os pólenes encontram-se em níveis moderados, com predomínio dos pólenes de gramíneas, erva parietária, castanheiro, eucalipto e erva quenopódio, sendo esperadas concentrações baixas para estes pólenes.


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