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sábado, 29 de junho de 2013

EAACI Milan 2013: uma reflexão pessoal

Finalizado o Congresso e já descansado, é tempo de "arrumar a loja" e reflectir sobre o acontecido durante o mais importante evento anual para os alergologistas não só europeus senão dos quatro cantos do mundo.

É de ressaltar que este tipo de reuniões são de vital importância na aquisição de novos conhecimentos e troca de experiências entre profissionais vindos de diferentes países, tendo a oportunidade de conhecer e questionar diferentes metodologias de trabalho e investigação realizadas nesse "mundo por ai fora" que rara vez sabemos da sua existência de não ser pelas revistas especializadas.

Foi com essa intenção e com o orgulho de aportar o nosso mínimo contributo que apesar de não contar com apoio logístico nem económico nenhum pois em palavras dos habituais patrocinadores "não há dinheiro para nada nem ninguém" (o que supõe um grande esforço monetário, pois tivemos que ficar sem dinheiro para as férias pessoais, que não para a comida: que grande sorte que temos!!), que rumamos à cidade de Milão, na Itália.

Quanto à nossa apresentação, dizer que correu mesmo bem, tendo a oportunidade de responder várias interessantes questões que foram levantadas no final do "speech" (pois também falamos algo de inglês, idioma oficial do congresso), embora não encontramos conterrâneo nenhum que nos servir como apoio moral (deviam ser coisas do trânsito dentro do MiCo, onde decorria o Congresso).


Por outro lado, numa outra palestra sobre anafilaxia, questionamos o elevado preço dos autoinjectores de adrenalina, condenando a muitos dos nossos doentes à uma situação de grande risco vital, opinião não partilhada pelos nossos colegas do Grande Norte, que duvidavam sobre a difícil situação económica do Sul da Europa. Uma solução foi proposta: a criação duma "adrenalina genérica", muito mais barata para doentes com escassos recursos (se calhar, a melhor opção).

Como conclusão, foi uma experiência muito proveitosa, embora não deu para conhecer a cidade (apenas umas fotos ao impressionante Duomo milanês, ex-libris da cidade). Como pontos negativos, a existência dessa visão antagónica entre o Norte e o Sul da Europa sobre a realidade da vida diária, assim como a curiosa distribuição das ajudas económicas por parte dos patrocinadores (se não há dinheiro para ninguém, é que não há mesmo para ninguém, ou não, ou se calhar sim??? ou como dizemos em castelhano: "o jugamos todos o rompemos la baraja"), cada um que entenda o que quiser...

O grande poeta espanhol Francisco de Quevedo, já retratou esta situação lá  pelo século XVI com este poema:

Madre, yo al oro me humillo,
Él es mi amante y mi amado,
Pues de puro enamorado
Anda continuo amarillo.
Que pues doblón o sencillo
Hace todo cuanto quiero,
Poderoso caballero
Es don Dinero.

 (...)

 Son sus padres principales,
Y es de nobles descendiente,
Porque en las venas de Oriente
Todas las sangres son Reales.
Y pues es quien hace iguales
Al rico y al pordiosero,
Poderoso caballero
Es don Dinero.

(...)
 
Es tanta su majestad,
Aunque son sus duelos hartos,
Que aun con estar hecho cuartos
No pierde su calidad.
Pero pues da autoridad
Al gañán y al jornalero,
Poderoso caballero
Es don Dinero.

(...)

 Mesmo assim, não vamos esquecer da predição que o boletim polínico da SPAIC-RPA tem para a nossa Beira ( e Alentejo):


Na Beira Interior e região de Castelo Branco, os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes de gramíneas, castanheiro, erva parietária, oliveira, carvalho e ervas azeda e tanchagem, sendo esperadas concentrações elevadas a muito elevadas para o pólen de gramíneas, e baixas concentrações para os outros pólenes.


No Alentejo, os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes de gramíneas, erva parietária, castanheiro, erva tanchagem e oliveira, sendo esperadas concentrações elevadas a muito elevadas para o pólen de gramíneas, e baixas concentrações para os outros pólenes

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